Investigadores da Scotland Yard concluíram que a líder oposicionista paquistanesa Benazir Bhutto morreu em conseqüência do impacto de uma explosão, e não por tiros, no atentado suicida de 27 de dezembro, corroborando a versão do governo do Paquistão sobre como ela foi morta. O Partido Popular do Paquistão, de Bhutto, imediatamente rejeitou a conclusão e insistiu por uma investigação da Organização das Nações Unidas (ONU). O partido afirma que Benazir foi atingida por disparos e suspeita de um encobrimento por parte do governo porque a ex-premier tinha acusado aliados políticos do presidente Pervez Musharraf de quererem matá-la.
A morte da duas vezes primeira-ministra deflagrou violentos protestos em todo o país e forçou um adiamento de seis semanas de eleições parlamentares, que foram remarcadas para 18 de fevereiro. A continuidade da disputa sobre como ela morreu tende a agitar ainda mais o ambiente político. Musharraf tem rejeitado pedidos por uma investigação da ONU, mas convidou a polícia britânica Scotland Yard para ajudar a estabelecer a causa da morte. Depois de uma investigação de mais de 15 dias, a conclusão foi divulgada hoje num relatório em Islamabad. Na conclusão, o patologista britânico Nathaniel Cary afirma que "a única causa sustentável" para o ferimento fatal na cabeça da ex-primeira-ministra era o impacto da explosão que ocorreu no momento em que ela acenava para a multidão da carroceria de seu veículo.
"Na minha opinião, Benazir Bhutto morreu em conseqüência de um severo ferimento craniano provocado pela explosão de uma bomba e devido ao choque do crânio com alguma parte da carroceria do veículo", escreveu o patologista. O governo do Paquistão havia anunciado uma conclusão semelhante pouco depois da morte de Bhutto, que ocorreu na cidade de Rawalpindi. Para o governo e oficiais dos Estados Unidos, o ataque foi arquitetado por um comandante taleban com ligações com a Al-Qaeda, Baitullah Mehsud.
A Scotland Yard acredita que houve um único autor do ataque: o homem que é visto em um vídeo fazendo disparos a curta distância em direção a Bhutto e depois se explodindo a um ou dois metros da ex-premier, sem ninguém entre os dois. Havia suspeitas de que outro homem-bomba teria se escondido atrás do atirador. A polícia prendeu vários suspeitos do crime, entre eles um garoto de 15 anos que faria parte do esquadrão suicida encarregado do assassinato e que teria confessado ter sido enviado por Mehsud.
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