Para Lula, Mercosul deve dobrar aposta na integração

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (16), na abertura da reunião de cúpula do Mercosul, que a resposta dos quatro sócios à crise econômica deva ser o aprofundamento da integração do bloco, formado por Paraguai, Uruguai e Argentina, além do Brasil. O presidente indicou, entretanto, sua decepção com a ausência de dois acordos que dariam maior substância ao Mercosul entre as decisões dessa reunião de cúpula. Por obstrução do Paraguai, o bloco não aprovará a criação do mecanismo para o fim da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) nem a adoção de um Código Aduaneiro Comum.

Lula defendeu também que a “voz do Mercosul começa a ser ouvida nos foros internacionais” e que o bloco deve aprofundar suas propostas para, nesse ambiente econômico adverso, proteger renda e emprego e continuar impulsionando inclusão. O presidente argumentou ainda que o comércio Sul-Sul mostrou-se fundamental para o crescimento econômico na região e para amenizar os impactos da crise. “Uma conjuntura como essa revela perversões do sistema econômico”, afirmou.

Em sua vez de falar, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, preferiu se distanciar dos temas do Mercosul e questionar a escolha do balneário da Costa do Sauípe, na Bahia, como local das quatro reuniões de cúpula que haverá até a tarde de amanhã. Ao desculpar-se pelo atraso na chegada à reunião, Cristina discorreu sobre as belezas do local. “Quando a gente vem aqui não dá muita vontade de trabalhar. Não é o lugar mais apropriado.”