O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que os líderes da América Latina não precisam ser “amigos” de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, para melhorar a relação de seus países com Washington. Ciente das posições mais duras expostas pela Venezuela e seus aliados sobre o fim do embargo americano a Cuba e sobre sua exclusão do G-20, expressas durante a 5ª Cúpula das Américas, Lula insistiu que as relações se dão entre chefes de Estado, centrados nos interesses soberanos de seus países, não em amizades pessoais.

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Lula, porém, adotou um viés que não agradaria ao venezuelano Hugo Chávez ao dizer-se grato ao ex-presidente americano George W. Bush por ter mantido, com o Brasil, “uma relação democrática, civilizada e de respeito”. “Acho que é possível construir uma melhor relação com o Obama. Todo mundo sabe que a relação do (Bill) Clinton com o Brasil foi melhor que a do (Ronald) Reagan ou do Bush pai (George H.)”, afirmou Lula, referindo-se aos últimos presidentes americanos.

O presidente brasileiro manteve seu otimismo em torno da adoção de um novo estilo de relação entre Washington e os países latino-americanos, baseado na parceria e na cooperação e no “fim da ingerência” americana na região. Festejou, em especial, o “banho de América Latina” tomado por Obama nesse primeiro encontro com os líderes da região, imaginado inicialmente como uma “batalha campal”. Mas deixou escapar seu desapontamento com o anúncio de Obama de uma ajuda financeira de apenas US$ 100 milhões para pequenas empresas da América Latina.

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