O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta quarta-feira (21) que o risco de o Brasil e seus aliados na Organização Mundial do Comércio (OMC) pagarem um preço muito elevado por ganhos minguados na Rodada Doha foi afastado pelos rascunhos de acordos para as áreas agrícola e industrial/serviços, divulgados na segunda-feira.

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Ao final de uma exposição aos representantes brasileiros no Parlamento do Mercosul, no Senado, Amorim ressaltou que ainda há trabalho de aproximação de posições a ser feito na próximas semanas, em Genebra, mas voltou a mostrar-se otimista com a conclusão da rodada ainda em 2008.

"Eu temia, para falar a verdade, uma derrapagem. Isso não aconteceu, o que não quer dizer que todos os problemas se resolveram", afirmou Amorim, referindo-se à hipótese de haver um acordo magro na área agrícola, de interesse das economias em desenvolvimento, e outro mais encorpado sobre a abertura industrial, de interesse das mais ricas. "Eu sempre fui otimista e continuo a ser. Houve momentos piores. Mas, agora, temos uma boa base para a negociação. Estamos empenhados e engajados", completou.

Entre todos os temas sensíveis ainda em aberto nos dois novos rascunhos, Amorim indicou sua preocupação com a forma como as uniões aduaneiras formadas por países em desenvolvimento poderão aplicar os cortes de tarifas de importação de bens industriais. A expectativa do Mercosul é a de ver aprovada sua proposta de flexibilidade adicional a esses blocos – tópico omitido no rascunho de acordo para a área industrial/serviços. "Quero reiterar que o Brasil dá uma enorme importância à conclusão da rodada e ao Mercosul", afirmou.

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