O governo paquistanês rejeitou hoje um relatório dos Estados Unidos que faz grandes críticas aos esforços do país no combate a militantes islamitas e disse que não será responsabilizado pelos fracassos norte-americanos no Afeganistão.
“Eu gostaria de afirmar categoricamente que não compartilhamos a avaliação dos Estados Unidos”, disse a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores paquistanês, Tehmina Janjua. “As referências ao Paquistão são injustificáveis”, afirmou.
“O Paquistão não deve ser responsabilizado pelos fracassos da estratégia da coalizão no Afeganistão. O Paquistão tem uma estratégia clara para cuidar disso e de outras questões e é guiado apenas por seus próprios interesses nacionais”, completou Janjua.
O relatório divulgado na terça-feira destacou a deterioração da situação no cinturão tribal no noroeste do Paquistão, ao longo da fronteira com o Afeganistão, entre janeiro e março deste ano, e diz que o Paquistão ainda não abriu o caminho para triunfar sobre os insurgentes.
O documento lembra, porém, os “tremendos sacrifícios humanos” feitos pelas forças paquistanesas e a positiva cooperação militar entre o Paquistão e EUA nos últimos três meses.
O Paquistão afirma que suas tropas já estão esgotadas. Com estimados 147 mil homens no noroeste – mais do que o número de forças estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos no Afeganistão – o Exército tem também sofrido pesadas baixas.
Além das operações militares, mais de 4.200 pessoas foram mortas em todo o Paquistão em ataques que teriam sido realizados pelo Taleban e por outras redes extremistas islamitas desde que as forças do governo invadiram uma mesquita de radicais em Islamabad, em 2007. As informações são da Dow Jones.