A polícia do Paquistão prendeu hoje o clérigo pró-Taleban Sufi Muhammad, que rompeu um acordo de paz entre o governo e militantes no Vale do Swat. Muhammad, sogro do líder do Taleban no Swat, Maulana Fazlullah, negociou uma trégua entre o Taleban e o governo em fevereiro, rompida em abril, quando os militantes avançaram nos distritos vizinhos, provocando o lançamento de uma ofensiva militar.
Mian Iftikhar, ministro da Informação para a Província da Fronteira do Nordeste, afirmou que Muhammad foi preso por encorajar a violência e o terrorismo. “Ao invés de manter suas promessas e tomar medidas para obter a paz e condenar o terrorismo, ele não disse uma única palavra contra os terroristas”, afirmou Iftikhar, em entrevista em Peshawar, acrescentando que o clérigo “encorajou o terrorismo e a violência”.
A ofensiva militar no Vale do Swat e nas áreas adjacentes levou 2 milhões de pessoas a abandonarem suas casas e se alojarem em campos de refugiados ou na casa de parentes em outras partes do país. Nas últimas duas semanas, milhares retornavam às suas casas, aproveitando a diminuição da violência.
O ministro disse que a participação de Muhammad como mediador entre o governo e o Taleban será investigada. Segundo o filho do clérigo, Azmat Ullah, de 12 anos, a polícia chegou à sua casa na cidade de Sethi, nas redondezas de Peshawar, em quatro vans e levaram seu pai e três irmãos.
Muhammad comanda um grupo pró-Taleban conhecido por Tehrik Nifaz-e-Shariat Mohammedi ou Movimento para Aplicação da Lei Islâmica. Ele foi preso em 2002 e libertado um ano depois de ter renunciado à violência. Ele não controlava grupos armados no Swat, mas sua prisão deve ser entendida como uma indicação de que o governo não vai mais negociar com o Taleban. Essa posição tende a agradar os Estados Unidos, que busca sinais mais claros de comprometimento do governo do Paquistão na luta contra o Taleban.