Paquistão prende centenas de ativistas de oposição

O Paquistão prendeu centenas de ativistas da oposição nesta quarta-feira (11) e proibiu protestos em duas regiões, antes de uma manifestação planejada para as proximidades do Parlamento. A movimentação pode enfraquecer o já instável governo aliado dos Estados Unidos. A investida da polícia e das agências de inteligência ameaça as credenciais democráticas do partido governista do presidente Asif Ali Zardari e causa mais descontentamento com o governo, no poder há um ano. A oposição promete manter a pressão.

“Eu não posso descansar enquanto o Paquistão está sendo levado a desastrosas circunstâncias”, afirmou Nawaz Sharif, chefe do principal partido da oposição, a milhares de partidários em uma manifestação na província da Fronteira Noroeste. “Nós não podemos nos comprometer quando todas as instituições estão arruinadas e o sistema está à beira do colapso.”

O Paquistão, que tem armas nucleares, luta para conter o aumento da violência causada por extremistas da Al-Qaeda e do Taleban. Além disso, enfrenta dificuldades em sua economia, dependente do apoio internacional. Isso poderia levar a um impasse político, caso haja alguma espécie de intervenção dos poderosos militares locais, que em várias ocasiões tomaram o poder no passado.

Os advogados do país, o partido de Sharif e grupos menores exigem que Zardari devolva os cargos de juízes afastados pelo então presidente Pervez Musharraf, em 2007. Zardari reluta em fazê-lo, aparentemente temendo que eles possam limitar seu poder ou reabrir casos de corrupção contra ele. No mês passado, a Suprema Corte proibiu Sharif de concorrer nas próximas eleições gerais e retirou o cargo de seu irmão, causando descontentamento entre os oposicionistas. Os EUA, que apoiavam Musharraf e agora apoiam o governo civil, ainda não comentaram a recente crise paquistanesa. Na semana passada, a Grã-Bretanha pediu unidade política no país.

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