Paquistão interroga viúvas e filhas do terrorista Bin Laden

Uma comissão paquistanesa que investiga como Osama bin Laden viveu durante anos no país sem ser detectado entrevistou pela primeira vez as viúvas do líder da Al-Qaeda e suas filhas.

A “exaustiva entrevista” das três viúvas e duas das filhas de Bin Laden aconteceu na terça-feira, informou a comissão em breve comunicado. Autoridades se recusaram a divulgar mais detalhes.

O Paquistão deteve as viúvas de Bin Laden, duas sauditas e uma iemenita, e cerca de 10 de seus filhos, depois que um grupo de fuzileiros navais norte-americanos matou e retirou o corpo do líder da Al-Qaeda na cidade de Abbottabad, em 2 de maio. A ação provocou uma crise nas relações entre Estados Unidos e Paquistão, já que o governo paquistanês afirma que a ação violou sua soberania.

A comissão também interrogou nesta quarta-feira o presidente da agência de espionagem paquistanesa Inter-Services Intelligence (ISI), Ahmad Shuja Pasha, e vai questioná-lo novamente na quinta-feira, diz o comunicado.

O interrogatório de um chefe da ISI por um painel civil é extremamente raro num país onde a inteligência militar é tanto temida quanto respeitada e o poder do Exército ultrapassa o dos líderes civis.

Na terça-feira, membros da comissão entrevistaram o doutor Shakil Afridi, cirurgião do governo que é interrogado a respeito de uma campanha de vacinação que ele iniciou em março e abril no bairro onde Bin Laden vivia. Há suspeitas de que o objetivo da campanha era obter amostras de DNA de Bin Laden e de sua família.

Autoridades de segurança na região acreditam que o médico pode ter sido informado sobre a presença de Bin Laden e passado a informação para agentes da inteligência norte-americana.

A comissão, que o governo estabeleceu em razão da pressão e das críticas de opositores políticos de que um inquérito militar não seria objetivo, tem o poder de convocar líderes militares e civil.

A comissão disse que recebeu a função de investigar “todos os fatos” relacionados à presença de Bin Laden no Paquistão, as circunstâncias do ataque norte-americano que o matou e “se houve” descuido das autoridades paquistanesas. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo