A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, pediu nesta segunda-feira (1º) ao Paquistão que coopere na investigação com a Índia sobre os ataques em Mumbai, que deixaram mais de 170 pessoas mortas. Segundo ela, a ação será um teste para o novo governo civil paquistanês. “O que enfatizamos ao governo paquistanês é a necessidade de investigar a evidência, seja para onde levar”, disse Rice. “Eu não quero me apressar para nenhuma conclusão sobre isso, mas acho que é hora para completa, absoluta e total transparência e cooperação, e é isso que esperamos.”
Os ataques duraram três dias em Mumbai, capital financeira da Índia, e havia entre as vítimas fatais seis norte-americanos. Líderes indianos apontaram “elementos no Paquistão” como envolvidos nos ataques. Porém, ainda não está claro onde a bem planejada operação começou.
Condoleezza falou no avião, no caminho para Londres. Ela apontou que o fato de cidadãos dos EUA terem sido alvos preferenciais durante os atentados fizeram do problema algo de “interesse e preocupação” especiais para o país. Ela encurtou uma viagem pela Europa para seguir até a Índia ainda nesta semana. Condoleezza se encontrará com diplomatas dos EUA e líderes indianos em Nova Délhi. Ela não planeja seguir até Mumbai.
Inicialmente, um desconhecido grupo chamado Mujahedin do Deccan – um nome que sugere uma origem dentro do país, pois o Deccan é uma região indiana – assumiu a autoria dos ataques. Porém, funcionários indianos afirmaram que o único sobrevivente dos agressores, agora preso, disse que pertencia a um grupo militante paquistanês com ligações na Caxemira, território disputado entre Índia e Paquistão.
O governo indiano já acusou o Paquistão de envolvimento em vários atentados em seu território. Os países já lutaram três guerras. “É uma tarefa difícil para esse novo governo do Paquistão”, apontou Condoleezza. O presidente Asif Ali Zardari assumiu neste ano, no lugar de Pervez Musharraf. Zardari mantém relações cordiais com os EUA, porém menos próximas que o antecessor.
Condoleezza falou ontem com o presidente eleito Barack Obama sobre a Índia. É a terceira vez que os dois conversam sobre o tema nos últimos dias. Ainda hoje, Obama deve anunciar o substituto de Condoleezza no principal posto diplomático dos EUA. Segundo funcionários democratas, a escolhida deve ser a ex-primeira-dama e atual senadora por Nova York Hillary Clinton.