O Exército do Paquistão acusou nesta quarta-feira (11) a coalizão militar liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão de matar 11 solados de grupos paramilitares locais em um ataque aéreo na instável região de fronteira entre os dois países. A operação militar, promovida ontem, ocorreu após um confronto entre forças afegãs e militantes do Taleban na mesma área. A milícia fundamentalista islâmica informou que oito de seus membros morreram no confronto.
O Exército do Paquistão protestou por meio de um comunicado contra o incidente, ocorrido na região tribal de Mohmand. A entidade se reservou "no direito de proteger seus cidadãos e soldados contra agressões". Segundo o Exército paquistanês, foi atingido no ataque aéreo um posto do grupo paramilitar Corpo da Fronteira, em um "ato covarde e completamente não provocado".
Em Washington, um funcionário do Pentágono informou que houve um ataque aéreo na noite de ontem, durante uma incursão de insurgentes no Afeganistão vindos do Paquistão. As forças de coalizão responderam ao ataque, informou a fonte, que falou sob condição de anonimato. Há um acordo segundo o qual a coalizão pode cruzar a fronteira paquistanesa, caso estejam perseguindo extremistas, segundo o funcionário do Pentágono. A região montanhosa, de difícil acesso, é usada por militantes pró-Taleban como uma base para ataques contra o território afegão.
Essa movimentação é uma constante fonte de tensão entre os membros da aliança contra os extremistas islâmicos. O Paquistão argumenta que enviou dezenas de milhares de soldados para suas regiões tribais, mas outros membros da coalizão afirmam que isso não deteve os militantes.