Papa Bento XVI começa sua 1ª visita ao Oriente Médio

O papa Bento XVI inicia hoje na Jordânia sua peregrinação pelos locais da passagem de Cristo com os objetivos de defender a paz no Oriente Médio e fortalecer o diálogo entre as três grandes religiões monoteístas do mundo – cristianismo, judaísmo e islamismo. A viagem será sua primeira à Terra Santa desde que se tornou papa, em 2004, e a primeira de um pontífice à região desde João Paulo II, em 2000. “Essa peregrinação talvez seja o maior desafio até o momento do pontificado do papa Bento XVI”, afirmou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

Sinais das dificuldades que o pontífice enfrentará surgiram bem antes de sua chegada. Na Jordânia, a viagem foi precedida pela lembrança de um discurso proferido em 2006 na Universidade de Ratisbona, Alemanha. Na ocasião, Bento XVI foi acusado de insultar o Islã por citar o Imperador Bizantino do século 14, Manuel II Paleólogo, para quem tudo o que vinha de Maomé era “mau e inumano, como o uso da espada para disseminar a fé”.

Em clara referência ao episódio, o porta-voz da Irmandade Muçulmana da Jordânia, Jamil Abu Bakr, exigiu no dia 19 que o papa adiasse sua visita à Terra Santa se não “pedisse desculpas aos muçulmanos pelas declarações”. O Vaticano ignorou a reivindicação.

Já sua visita a Israel e aos territórios palestinos ocorre sob o pano de fundo da ofensiva israelense contra o grupo islâmico Hamas na Faixa de Gaza, entre dezembro e janeiro, e a eleição do direitista Benyamin “Bibi” Netanyahu para o cargo de primeiro-ministro. Apesar das pressões internacionais, o governo de Netanyahu vem rejeitando aceitar a criação de um Estado palestino. A discussão sobre o impasse no processo de paz deve dar as boas-vindas ao papa já na Jordânia, onde um terço da população de 5,5 milhões é de refugiados palestinos ou de seus descendentes.

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