A Autoridade Nacional Palestina rejeitou os incentivos oferecidos ontem pelo governo de Israel para a retomada das negociações de paz. A proposta foi entregue a dirigentes palestinos pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, enviado especial do Quarteto, grupo que tenta reviver o diálogo entre Israel e os palestinos, formado por EUA, Rússia, Nações Unidas e União Europeia.
Sob pressão internacional para melhorar as condições de vida dos palestinos nos territórios ocupados por Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou uma série de ofertas, entre elas a de tornar a Faixa de Gaza “independente da infraestrutura israelense, ao ajudá-la a desenvolver suas usinas de energia elétrica, água e tratamento de esgotos”.
O negociador palestino Saeb Erekat disse que “o anúncio pelo governo israelense e pelo enviado especial do Quarteto é totalmente inaceitável. Não acreditamos nessas medidas, que têm o único objetivo de destruir a confiança entre israelenses e palestinos”.
Erekat acrescentou que “se Netanyahu quer estabelecer confiança mútua e paz, ele precisa parar a construção de assentamentos para judeus na Cisjordânia e em Jerusalém Leste imediatamente e reconhecer os termos de referência do processo de paz, começando pelo reconhecimento de um Estado palestino baseado nas fronteiras de 1967”.
Por iniciativa do governo dos EUA, as negociações de paz diretas entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina foram retomadas em setembro do ano passado, mas o processo durou apenas algumas semanas, porque Israel se recusou a suspender as construções de assentamentos judaicos em terras palestinas.
Também hoje, o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, nomeou o general Benny Gantz para ser o novo chefe do Estado Maior das Forças de Defesa de Israel. Ele vai substituir o general Gabi Ashkenazi. Recentemente, Netanyahu havia dito que Barak e Ashkenazi “já não são capazes de trabalhar juntos”.
A primeira escolha de Barak era o general Yoav Galant, que havia comandado em dezembro de 2008 a Operação Chumbo Fundido – a invasão da Faixa de Gaza, na qual cerca de 1.400 palestinos foram mortos. Mas Galant está sendo acusado nos tribunais de ter tomado terra alheia para ampliar sua casa. As informações são da Dow Jones.