Palestinos forçam entrada no Egito, mas são repelidos

Centenas de palestinos tentaram nesta quarta-feira (2) passar a fronteira no cruzamento entre a Faixa de Gaza e o Egito, mas foram repelidos. A multidão conseguiu passar pelas forças de segurança do Hamas no lado palestino da fronteira, mas não conseguiu forçar a entrada no lado egípcio. Os palestinos começaram a jogar a pedras nos soldados egípcios, que responderam com canhões de água. Mais tarde o Hamas restaurou a ordem no local.

Os palestinos acusam o Egito de não cumprir a promessa de abrir o vital cruzamento em Rafah, que o Egito praticamente fechou desde o ano passado, quando o grupo militante Hamas tomou o controle da Faixa de Gaza. Oficiais egípcios dizem que o Hamas descumpriu antes o acordo, ao permitir que pessoas não autorizadas cruzassem a fronteira.

Rafah é a principal porta de comunicação dos habitantes de Gaza com o mundo exterior, usada pelos 1,4 milhão de habitantes para viajar ao exterior para estudar, receber cuidados médicos, fazer visitas familiares e trabalhar.

Em janeiro, militantes do Hamas forçaram a abertura da fronteira derrubando cercas de metal e permitindo a passagem de milhares de pessoas para o Egito. A fronteira foi fechada duas semanas depois. A tentativa em massa de entrar no Egito hoje aumentou os temores de que em breve a população palestina tente derrubar as cercas da fronteira.

Acordo

Egito e Israel mantiveram o cruzamento de Rafah fechado durante boa parte do ano passado para aumentar a pressão sobre o Hamas. Sob um acordo mediado pelo Egito no mês passado, Israel informou que permitirá a reabertura do cruzamento quando o Hamas devolver um soldado israelense que mantém no cativeiro há dois anos. O Egito atualmente tenta mediar uma troca de prisioneiros.

Como parte da trégua, o Egito permitiu que doentes, estudantes e os palestinos de Gaza que vivem em outros países árabes possam deixar a Faixa de Gaza em um período de três dias, que começou ontem. Pelo menos seis mil palestinos de Gaza que atendem esses critérios se registraram para cruzar a fronteira.

Ontem apenas 150 pessoas haviam recebido permissão para cruzar a fronteira. Hoje, milhares esperavam a permissão. A tensão aumentou após os egípcios terem dito que apenas 200 pessoas poderiam entrar no país e as pessoas começaram a forçar os portões em Gaza, em direção ao último portão da fronteira que fica do lado egípcio.

No Egito, oficiais de segurança e um diplomata palestino disseram que a decisão de reabrir o cruzamento nesta semana foi tomada sob a condição de que o Hamas e o Egito deveriam coordenar o movimento, o que aparentemente não ocorreu. Um oficial egípcio disse que o Hamas permitiu que pessoas que não se adequavam aos critérios recebessem permissão para cruzar a fronteira. "Isso foi uma infração ao acordo," disse o oficial.

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