Os grupos palestinos rivais concordaram nesta quinta-feira (26) em estabelecer até o fim de março um governo de união, revelaram funcionários dos partidos palestinos envolvidos na negociação lançada pelo Egito. A decisão ocorreu após conversas de reconciliação destinadas a encerrar as longas disputas entre as facções. O acordo pode levar à criação de um governo palestino aceito pela comunidade internacional.
Jamil al-Majdalawi, um membro do esquerdista Frente Popular para a Libertação da Palestina, disse que as facções estabeleceram vários comitês a fim de abrir caminho para um governo de união. “Os comitês encerrarão seu trabalho e um governo de unidade palestino será formado até o fim de março”, afirmou. Os comentários foram confirmados por Mohammed al-Hindi, vice-líder do grupo Jihad Islâmica.
As conversas foram iniciadas após os dois partidos principais, Fatah e Hamas, concordarem com medidas para se reconstruir a confiança e lidar com o destino dos prisioneiros detidos dos dois lados, além de interromper uma guerra verbal por meio da mídia. O Fatah e o Hamas são rivais de longa data, mas a relação se deteriorou de vez em junho de 2007, quando o partido islâmico expulsou as forças do laico Fatah e tomou controle da Faixa de Gaza. Com isso, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, controla agora apenas a Cisjordânia.
O Egito pediu inicialmente conversas de reconciliação em novembro. Porém, o Hamas se retirou no último momento, reclamando que o Fatah continuava a prender membros do grupo militante na Cisjordânia. O processo de reconciliação foi relançado após a ofensiva militar de 22 dias de Israel na Faixa de Gaza, encerrada em janeiro, que deixou mais de 1.300 palestinos mortos, além de treze vítimas israelenses.