Os extremistas do Exército Republicano Irlandês (IRA) listaram o Palácio de Buckingham e outros marcos de Londres como possíveis alvos para uma campanha de atentados com bombas nos anos 1970. A informação foi revelada hoje com a divulgação de documentos liberados pelo Arquivo Nacional Britânico.
Os documentos mostram que o grupo responsável por uma série de assassinatos e bombardeios em 1974 e 1975 havia considerado a galeria de arte do palácio como um local potencial para atacar. Ao todo, quase 100 locais da capital se tornaram alvos potenciais dos extremistas, entre eles o British Museum, o Museu da Guerra Imperial, a Bolsa de Londres e a Corte Real de Justiça.
O IRA também elaborou listas de parlamentares, policiais e militares para possíveis ataques – os nomes não foram divulgados e funcionários insistiram que não se tratava de “listas negras”, nas quais todos seriam mortos. Segundo os historiadores, a informação foi descoberta pelo braço especial da Polícia Metropolitana, em buscas realizadas em um apartamento usado pelo grupo no norte londrino.
O grupo, conhecido como a gangue de Balcombe Street, foi responsável por 40 ataques a bomba e por, aproximadamente, 35 mortes, incluindo a de Ross McWhirter, o coeditor do Livro Guinness dos Recordes. Membros da gangue, Martin O’Connell, Edward Butler, Harry Duggan e Hugh Doherty foram presos pela polícia em dezembro de 1975, após um cerco de seis dias na Balcombe Street. Todos foram condenados à prisão perpétua em 1977, mas soltos em abril de 1999, como parte de um acordo de paz que levou ao desarmamento do IRA.