Autoridades das Bahamas e da República Dominicana se preparavam para uma possível onda de imigrantes haitianos que fogem da catastrófica situação deixada pelo terremoto ocorrido na terça-feira. Repórteres e membros de agências de ajuda humanitária aglomeravam-se nos dois aeroportos de Santo Domingo, capital dominicana, em busca de um avião para seguir para Porto Príncipe. Ao mesmo tempo, algumas centenas de refugiados haitianos tentavam cruzar a fronteira em direção a cidades do país, única porta de entrada para o território do Haiti.

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Por terra, a viagem da capital dominicana para Porto Príncipe demorava horas por causa dos danos provocados pelo terremoto na parte haitiana da estrada. Por ar, a disputa era por alguns dos poucos aviões que fretados que fazem o trajeto. O problema é que os pilotos só conseguem pousar manualmente, pois a torre de controle foi danificada pelo tremor. Assim, durante a noite, ninguém voava.

Os haitianos que tentavam fazer o caminho inverso eram barrados a não ser que apresentassem o passaporte com o visto dominicano na fronteira. Alguns imploravam para os militares, que os obrigavam a voltar. Os habitantes do Haiti argumentam que pretendem apenas comprar comida e conseguir usar telefones para obter notícias sobre parentes residentes em outras regiões do Haiti. Com as linhas telefônicas no país afetadas, a única saída era tentar recorrer ao lado dominicano.

Os dois países, apesar de vizinhos, possuem uma história distinta. Os dominicanos foram colonizados pelos espanhóis, enquanto o Haiti foi colônia da França e se tornou o segundo Estado independente, depois dos Estados Unidos.

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Bahamas

Nas Bahamas, autoridades de imigração concentravam esforços na Ilha de Inagua, no sul do país, onde planejavam armar barracas e armazenar comida e água. Bahamas está apenas 113 quilômetros a noroeste do Haiti, que fica na vizinha Ilha de Hispaniola. O Departamento de Imigração local suspendeu as deportações de imigrantes haitianos, inclusive de 76 que estão presos. Foram compradas barracas para alojar mais pessoas, caso seja necessário.

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Os membros da comunidade haitiana nas Bahamas temem que os ilegais sejam levados para outros países, já que não devem mais ser deportados para o Haiti.