As emissões de CO2 podem ser reduzidas a níveis sustentáveis, mas são os países desenvolvidos que terão de carregar o fardo dessas reduções, disse nesta terça-feira (6) o economista-chefe da Agência Internacional de Energia (IEA), Fatih Birol, durante a Offshore Technology Conference, em Houston (EUA). A participação de China e Índia é vital para qualquer programa que tenha como objetivo combater as conseqüências negativas do aquecimento global. No entanto, é pouco provável que os dois países sacrifiquem seu próprio desenvolvimento econômico e não deveriam ser cobrados por isso, disse Birol.
China e Índia serão responsáveis por 60% do aumento nas emissões mundiais de carbono em 2030, de acordo com a IEA. "Mudanças climáticas não ocupam uma posição muito alta (na agenda desses países). E isso é justo", afirmou o economista. Em vez disso, Birol acha que países ricos deveriam fornecer tecnologia, inclusive construindo nos dois países usinas que utilizem fontes limpas de energia. Segundo o economista, China e Índia estão construindo dezenas de termelétricas a carvão nos próximos dez anos para sustentar o rápido crescimento de suas economias. Uma vez que estejam prontas, alerta Birol, não poderão ser descartadas, e o mundo não poderá reduzir as emissões a níveis aceitáveis enquanto elas estiverem em funcionamento.
Para o economista, o alto preço do petróleo não é um incentivo para busca de fontes mais limpas de energia. Ao contrário dos anos 1970 e começo dos 1980, a disparada dos preços não está reduzindo a demanda, mesmo em países ricos. "Não devemos esperar um milagre de preços, em termos de redução da demanda ou (aumento) da oferta", disse Birol. As informações são da Dow Jones.
