Países propõem veto a arsenal nuclear no Oriente Médio

Os 189 países membros do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) adotaram hoje um plano detalhado de pequenos passos de uma longa estrada na direção do desarmamento nuclear, incluindo uma proposta muito debatida sobre a proibição desse tipo de armas no Oriente Médio. A Declaração Final de 28 páginas foi aprovada por consenso no último dia da conferência, que teve duração de um mês, realizada a cada cinco anos para revisar e estabelecer objetivos mais avançados para o TNP, que já tem 40 anos.

Pelo plano de ação, os cinco países que reconhecidamente possuem armas nucleares – Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, França e China – se comprometem a acelerar suas reduções de armas, a tomar outras medidas para diminuir a importância das armas nucleares e a fazerem um relatório sobre seus progressos até 2014. O documento final também convoca uma conferência em 2012 “sobre o estabelecimento de um Oriente Médio como uma zona livre de armas nucleares e de todos os tipos de armas de destruição em massa.”

A ideia de um Oriente Médio sem armamentos nucleares tem como objetivo pressionar Israel a desistir de seu arsenal nuclear não declarado. Apesar da decisão, autoridades norte-americanas questionaram se Israel pode ser convencido a participar da conferência. A conferência é realizada duas vezes por década para a revisão e análise dos avanços dos objetivos do TNP, pelo qual os países sem armas nucleares se comprometem a não as adquirir; aqueles que as têm se comprometem a tomar medidas para sua eliminação e todos endossam o direito de todos de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos.

A última conferência do TNP, em 2005, não conseguiu adotar uma declaração de consenso em parte porque o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, havia retirado o apoio norte-americano para medidas de não proliferação como a ratificação do tratado que proíbe testes nucleares. O apoio do presidente Barack Obama a um conjunto de medidas de controle de armas melhorou a atmosfera cooperativa da conferência de 2010.

O plano de ação para o desarmamento também deixou uma inevitável lacuna, já que não obriga os quatro países que não são membros do tratado – Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte, que possivelmente têm arsenais nucleares – a se comprometerem com sua aplicação. O Irã não foi mencionado, apesar da resolução da ONU pedindo que o país interrompa seu enriquecimento de urânio e que seja transparente sobre seu programa nuclear. Com informações da Dow Jones.

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