Países pressionam Japão a assinar acordo com a Índia

Os Estados Unidos e a França pediram que o Japão assine um acordo nuclear com a Índia, uma medida que poderá permitir que o Japão forneça tecnologia civil para o país do sul da Ásia que não integra o acordo de não-proliferação nuclear, segundo a edição de hoje do jornal The Nikkei.

A gigante francesa do setor nuclear Areva SA e o consórcio norte-americano liderado pela General Electric Co. receberam pedidos de dois reatores da Índia, mas as tecnologias japonesas são consideradas indispensáveis para a conclusão dos projetos. Tanto a Areva quanto a GE usam vasos de contenção da empresa Japan Steel Works, que controla 80% do mercado global do produto. A GE, em particular, depende de outra companhia japonesa, a Hitachi para seus projetos nucleares.

O Japão se recusou a assinar um pacto civil com a Índia porque o país não é signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Segundo funcionários japoneses, os autoridades dos Estados Unidos e da França fizeram o pedido durante conversações não oficiais.

A executiva chefe da Areva, Anne Lauvergeon, que visitou o Japão em abril, pediu ao ministro da Economia, Comércio e Indústria Masayuki Naoshima que assinasse o acordo o mais rápido possível. Sem o pacto bilateral, as empresas japonesas não podem fornecer seus produtos para a Índia.

Novo governo

Os pedidos da França e dos Estados Unidos podem representar um problema para o novo primeiro-ministro Naoto Kan. O Partido Democrático do Japão, em sua plataforma de campanha para a Câmara Baixa no ano passado, pediu que a Índia se integrasse ao TNP e criticou o pacto entre Estados Unidos e Índia. Muitos no governo não concordam em dar um tratamento especial à Índia. Ao mesmo tempo, empresas japonesas como Toshiba Corp. e Hitachi, estão preocupadas em não perder oportunidades de negócio com a Índia.

Atualmente, a Índia tem 17 reatores em operação, a maioria deles construída com tecnologia própria e que são relativamente pequenos. Com a crescente demanda por energia no país, a Índia planeja instalar mais de 20 grandes usinas nucleares de geração de energia estrangeiras até 2020. Empresas dos Estados Unidos, França, Rússia e Coreia do Sul brigam pelos contratos de fornecimento de materiais. As informações são da Dow Jones.

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