Países devem resistir ao controle de preços, diz Paulson

Países que experimentam mudanças negativas de comércio devido aos elevados preços das commodities, incluindo os alimentos, devem buscar implementar melhores políticas energéticas, focando medidas de longo prazo para promover crescimento sustentável agrícola e de desenvolvimento de energia, afirmou o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, em discurso ao Comitê de Desenvolvimento do Banco Mundial.

Ele citou a existência de linhas internacionais para mitigar os impactos negativos do comércio internacional sobre estes países e advertiu que os governos precisam "resistir à tentação" de adotar controles de preços e subsídios ao consumo que, no geral, "não são eficientes para proteger grupos vulneráveis". O discurso ocorreu durante o Encontro de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Bird, em Washington.

Enquanto a correção no mercado de moradias, o tremor no mercado de crédito e os preços do petróleo pesam sobre os riscos ao crescimento dos Estados Unidos, os países em desenvolvimento continuam em trajetória de crescimento econômico recorde, observou Paulson. No entanto, diante do movimento de alta dos preços das commodities, ele destacou as recomendações feitas pelo Bird, em relatório, de gerenciamento apropriado das receitas derivadas dos altos preços das commodities pelos países em desenvolvimento para que se traduzam em base para o crescimento sustentável destas economias.

Paulson afirmou que os fundamentos da economia norte-americana continuam "saudáveis", embora os riscos no curto prazo sejam negativos. Para os emergentes, ele destacou o sexto ano consecutivo de Produto Interno Bruto (PIB) acima de 6%, "uma conquista sem paralelos na história recente". O bom aproveitamento das receitas derivadas os preços de commodities, disse Paulson, vai exigir o estabelecimento e manutenção de instituições sólidas, combinado com boa governança e bom gerenciamento das finanças públicas para garantir a qualidade de gastos.

Paulson elogiou a criação do Fundo de Investimento Climático pelo Banco Mundial e disse que os EUA pretendem contribuir com US$ 2 bilhões ao longo dos próximos três anos. O ministro das Finanças da Índia, Palaniappan Chidambaram, disse que está trabalhando com vários países doadores para estabelecer um portfólio para o fundo.

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