O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, acusou nesta quinta-feira (15) alguns Estados árabes e islâmicos de cumplicidade com o que classificou como “genocídio” cometido por Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza. “Infelizmente, alguns Estados na região árabe e islâmica toleram ou apoiam este surpreendente genocídio em silêncio ou com um sorriso de satisfação”, disse Ahmadinejad, em carta ao rei saudita Abdala, referindo-se à operação israelense na Faixa de Gaza, que já deixou mais de mil mortos e 5 mil feridos, segundo serviço médico palestino.
“Sua excelência, o rei da Arábia Saudita e que tem a custódia de duas mesquitas sagradas, (…) é esperado do senhor que quebre o silêncio sobre esta óbvia atrocidade e a matança de suas próprias crianças”, escreveu Ahmadinejad na carta, divulgada em seu site na internet. O presidente iraniano afirmou que espera que a postura do rei saudita “frustre completamente os poderes corruptos que esperam criar divisões na frente islâmica”.
O presidente do Irã aparentemente se refere ao racha entre os chamados países árabes “moderados”, liderados pelo Egito e pela Arábia Saudita, e os pró-Hamas, liderados pela Síria e pelo Catar, no que diz respeito a como responder aos confrontos na Faixa de Gaza. O Catar tentou duas vezes organizar uma reunião de cúpula árabe para discutir o conflito, uma ideia que sofreu oposição dos pesos pesados Egito e Arábia Saudita.
A carta ao rei saudita foi divulgada enquanto Riad prepara-se para ser o anfitrião de uma cúpula de emergência do Conselho de Cooperação do Golfo sobre a situação na região, que acontece hoje. Além da Arábia Saudita, o conselho também inclui os Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein, Catar e Omã. As informações são da Dow Jones.