Pai vai aos EUA tentar buscar o corpo do filho assassinado

O pai do paranaense morto no último domingo por um policial norte-americano deve embarcar neste final de semana para os Estados Unidos para acompanhar as investigações e tentar trazer o corpo do filho, André Luiz de Castro Martins. Luiz Carlos de Castro Martins já regularizou o passaporte e possui visto de entrada.

Ele terá agora que convencer sua nora, Camila Campos, a permitir que André seja enterrado no Brasil. “Vou conversar com ela com muito carinho e expor que sua família e seus amigos gostariam que ele fosse enterrado aqui”, explicou. O sepultamento seria em Cianorte, no noroeste do Paraná, onde mora Luiz Carlos, ou na vizinha Tapejara, onde André viveu até os 18 anos. A mãe do rapaz mora em Santa Catarina. Ele disse que vai tentar levantar com amigos os recursos necessários para trazê-lo.

Segundo Luiz Carlos, a princípio, a noiva de André pretende fazer o sepultamento nos Estados Unidos. Ela está com a documentação regular e não teria intenções de retornar ao Brasil. Os filhos do casal – Letícia, de 6 anos, e Daniel, de 2 – são norte-americanos.

Na tarde de ontem, Luiz Carlos atendeu telefonema de uma brasileira, que é policial na localidade de Hyannis, onde André trabalhava, e, por meio dela, recebeu as condolências do procurador-geral de Massachusetts. “Ele disse que está fazendo uma investigação independente da polícia”, afirmou Luiz Carlos. Ele ressaltou que também recebeu telefonema do cônsul do Brasil em Boston, Mário Saad, colocando-se à disposição. “Até comentei com ele que gostaria de poder conversar frente a frente com o policial que matou meu filho, mas acho isso difícil de acontecer. Mas acredito que a justiça americana será realmente justa”, disse.

André trabalhava como pintor, mas vivia ilegalmente nos Estados Unidos, para onde foi em 2001. Como não tinha carteira de habilitação e temia ser preso, teria preferido não obedecer a ordem de parar, mas foi atingido por tiro no coração e no pulmão. O suspeito é o policial Christopher Van Ness, de 34 anos. A argumentação é que o rapaz estaria em alta velocidade e teria tentado jogar o carro contra a viatura policial. Camila, que estava com André e saiu ilesa, nega essa versão.

O procurador-geral de Massachusetts confirmou para o pai do rapaz que Van Ness está afastado dos serviços de rua enquanto o caso estiver sob investigação. A polícia divulgou que André estaria com um cigarro que parecia ser de maconha na hora em que foi morto. “Mas nada justifica tirar-lhe a vida”, disse Luiz Carlos. “Seria uma barbaridade discriminá-lo por causa disso.”

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo