Levantamento da ONG Parkinson Caracas estima que 80% dos pacientes com essa doença na Venezuela não têm acesso aos remédios para tratá-la. Muitos ficam confinados em suas casas e dependem de cuidadores para sobreviver.

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Na quinta-feira, 11, parentes e portadores da doença protestaram na capital venezuelana e pediram que o presidente Nicolás Maduro permita imediatamente a entrada de ajuda humanitária no país para que o fornecimento de remédios seja normalizado.

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O movimento coincidiu com o Dia Mundial do Parkinson, data em que são feitas ações preventivas sobre a doença em todo o mundo – no Brasil, o Hospital do Coração realizou uma palestra para tirar dúvidas sobre a patologia, que é o segundo problema neurodegenerativo mais frequente no mundo.

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“Este é um grito de auxílio. Sabemos que virá uma ajuda humanitária – Maduro disse no mês passado que aceitaria que a Cruz Vermelha coordenasse a entrega de alimentos e remédios na Venezuela -, mas não sabemos se chegarão medicamentos para nós ou se enviarão apenas para pessoas que passam por diálise e tratamento de câncer”, afirmou ao diário El Nacional Naisla Burgos, fundadora da ONG.

Ao lado do marido, Ramiro Vallen Saavedra, ela criou a organização em 2016 para ajudar outras pessoas que lutam diariamente contra os efeitos do Parkinson. Ao Nacional, Naisla afirmou que a escassez de medicamentos se agravou em 2017, quando os remédios “desapareceram das farmácias”.

“Todos os membros da ONG se ajudam. Quando dão algum medicamento na farmácia e já temos porque recebemos da Colômbia – seu país de origem -, o doamos para algum amigo ou o entregamos para a associação repartir entre outros membros”, disse.

“Pedimos a entrada de ajuda humanitária no país. Não há outra forma de obtermos os medicamentos para Parkinson e outras doenças neurodegenerativas”, disse uma das portadoras da doença que participou da manifestação, mas não quis se identificar, ao site El Pitazo.

Em fevereiro, o chavismo anunciou a chegada ao país de 933 toneladas de medicamentos e materiais médicos enviados por Cuba, China – aliados do governo Maduro -, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e de “algumas compras diretas” feitas pelo ministério da Saúde. (Com agências internacionais)