O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse hoje que o regime sírio voltou a usar os mísseis Scud, de médio e longo alcance, em combates contra os rebeldes. O chefe da organização condenou o ato, que qualificou de desesperado.
Na semana passada, a aliança militar ocidental acusou as tropas do ditador Bashar Assad de usar os mísseis de guerra, o que foi negado por Damasco. Para Rasmussen, a aplicação do armamento é um indício de que o regime está próximo do colapso.
Ele ainda afirmou que o uso do Scud justifica a permanência das baterias de mísseis Patriot na fronteira da Turquia, deslocada há duas semanas por Estados Unidos, Alemanha e Holanda a pedido do governo turco. Para a região, também foram enviados mil soldados, incluindo 400 americanos.
Os mísseis Scud são fabricados pela Rússia e foram fornecidos pela antiga União Soviética em diversos países da região, incluindo a Síria. O armamento foi usado também pelo regime de Saddam Hussein no Iraque, durante a Guerra do Golfo (1991) e a guerra com os Estados Unidos, em 2003.
Damasco possui alguns desses foguetes de médio alcance, incluindo os que seriam destinados ao uso de armas químicas. As potências ocidentais acreditam que a aplicação dos Scud é um dos indícios de enfraquecimento do regime de Assad após 21 meses de conflito da oposição.
Desde o início dos primeiros protestos opositores, em março de 2011, mais de 40 mil pessoas morreram em confrontos na Síria, segundo ativistas.
Fragmentação
Nesta sexta, o jornal americano “The New York Times” informou que o regime sírio usou bombas de fragmentação na cidade de Marea, na Província de Aleppo, na Síria, no último dia 12 de dezembro. Quatro pessoas morreram e 23 ficaram feridas na ação.
O jornal diz, baseado em relatos de médicos e testemunhas, que todas as vítimas eram civis. A munição usada era a soviética PTAB, desenvolvida pelo antigo regime comunista para atacar tropas ocidentais, e foi lançada por aviões na cidade, que está em uma área dominada por rebeldes.
Assim como as armas químicas, o uso de bombas de fragmentação é sujeito a sanções da ONU (Organização das Nações Unidas). Em novembro, a organização disse que Assad estava aplicando o armamento contra os opositores, mas não aplicou nenhuma sanção ao regime.