Os ministros da Defesa dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reafirmaram nesta quinta-feira (13) o compromisso da Aliança Atlântica em apoiar os esforços da Ucrânia em aderir ao pacto militar, uma postura que deverá abalar ainda mais as relações da Rússia com o Ocidente.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, disse que o encontro com oficiais ucranianos foi “produtivo”, mas que a Ucrânia ainda enfrenta vários obstáculos para que possa integrar a Otan. “É claro que a Ucrânia ainda tem uma distância a percorrer até estar pronta para integrar a aliança”, disse. Os líderes ucranianos precisam conseguir apoio público para o país participar da Otan e enfrentar restrições no orçamento, através de uma reforma militar, afirmou Gates.
A Rússia, que tem uma longa fronteira com a Ucrânia, se opõe de maneira veemente a que a Ucrânia entre na Otan. Os países que integram a Otan têm a promessa de defesa mútua, caso um deles seja atacado por um país de fora da aliança. O secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, criticou as objeções da Rússia à participação ucraniana na aliança. “O direito de um país escolher livremente suas alianças de segurança é um importante princípio. É um princípio que nós não colocaremos em compromisso”, disse.
De qualquer maneira, muitos integrantes da Otan estão relutantes em receber a Ucrânia, dada a instabilidade política interna do país e uma falta de apoio da sua população a participar da aliança. O ministro da Defesa da Ucrânia, Yury Yekhanurov, reconheceu o criticismo à Ucrânia e que Kiev enfrenta nos seus esforços para integrar o bloco militar. Muitos dos problemas, ele disse, derivam da falta de dinheiro para implementar reformas. “Na Ucrânia, às vezes, existe falta de dinheiro para as reformas necessárias no setor de segurança”, afirmou.