A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordou nesta terça-feira (2) em retomar, gradualmente, as conversações de alto nível com a Rússia, congeladas por causa da guerra de Moscou com a Geórgia em agosto. A informação partiu do secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer. “Os aliados concordaram em uma retomada gradual e condicional (das conversações) com a Rússia”, disse Scheffer, durante encontro de chanceleres de países que integram a Otan em Bruxelas.
Ao mesmo tempo, a Otan concordou em firmar um acordo que permitirá uma cooperação mais profunda com a Geórgia e a Ucrânia, a despeito do tempo que os países levem para fazer os ajustes que permitam que integrem no futuro a organização. “Nós concordamos – sem levar em conta decisões futuras sobre a expansão (da aliança), sejam quais forem – que usaremos as comissões para avançar as reformas”, disse um funcionário graduado americano.
Um diplomata europeu confirmou que um compromisso foi alcançado entre os Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha no encontro de chanceleres em Bruxelas, sobre a questão que dividiu os maiores aliados da Aliança Atlântica. A Geórgia e a Ucrânia insistiram para conquistar o status de integrante da Otan rapidamente. Mas um bloco de cerca de seis nações européias, lideradas pela Alemanha, acreditam que as duas nações não estão prontas para integrar a Otan.
Os EUA então propuseram que Ucrânia e Geórgia continuem as reformas para integrar no futuro o pacto militar, mas Berlim insiste que os dois países precisam respeitar os passos do plano de adesão, que foi seguido na década passada por outros países do Leste Europeu.
Para integrar a Otan, a Geórgia e Ucrânia precisam completar reformas políticas, democráticas e militares, bem como ter boas relações com os vizinhos. Além disso, os cidadãos dos dois países precisam apoiar as candidaturas, o que não ocorre atualmente no caso da Ucrânia. A Rússia, um dos maiores fornecedores de energia à Europa Ocidental, se opõe de maneira veemente a que Ucrânia e Geórgia participem da Otan.
Cooperação com Israel
A Otan e o Estado de Israel concordaram nesta terça em ampliar a cooperação na luta contra o “terrorismo” e reforçar os laços militares, disse um funcionário da Aliança. “Nós atualizamos e reforçaremos o programa individual de cooperação assinado pela Otan e Israel em outubro de 2006”, disse o funcionário. Ele afirmou que “a luta contra o terror e a organização de manobras militares conjuntas são pontos do acordo que serão reforçados”.
A chanceler de Israel, Tzipi Livni, que encontrou-se com seus congêneres de países da Otan e também de países árabes em Bruxelas, disse que é bem-vindo “o impulso dos laços políticos e de segurança” entre seu país e a aliança, de acordo com um comunicado, emitido em Jerusalém.
Livni disse, no comunicado, que o acordo tem o foco em “um número de questões de segurança, incluída a luta contra o terrorismo, troca de informações de inteligência e a expansão das manobras militares conjuntas”. Um funcionário da Otan disse que o acordo de atualização foi complementado por um outro acordo separado, no mês passado, “que garante a confidencialidade da informação” trocada entre Israel e a Aliança Atlântica.