O próximo presidente dos Estados Unidos, seja ele o democrata Barack Obama ou o republicano John McCain, dará prioridade aos três “is” na política externa americana para o Oriente Médio: Irã, Iraque e Israel. O Irã é considerado o maior inimigo de Washington e está, segundo analistas, próximo de construir uma bomba atômica. No caso do Iraque, a preocupação é com as dezenas de milhares de soldados americanos atualmente engajados numa ocupação sem data para terminar. Já Israel é um aliado estratégico, mas está encravado numa das regiões mais instáveis do mundo.
O que acontecer nos “is” tende a afetar todo o Oriente Médio. Se os EUA atacassem o Irã provocariam uma guerra regional. Por outro lado, se deixassem que o país xiita construísse a bomba atômica, custariam uma corrida armamentista nos vizinhos, com implicações sobre o preço do petróleo.
No Iraque, a preocupação é com os efeitos da longa campanha militar americana. Por um lado, no campo doméstico, os americanos estão cansados dessa guerra, que já dura mais do que as duas grandes guerras mundiais. De outro lado, há a rejeição do mundo árabe ao que parece ser um novo colonialismo ocidental.
Israel, por sua vez, tem acordos de paz com o Egito e a Jordânia, mas ainda é visto pela maior parte de seus vizinhos como o principal provocador de instabilidade no Oriente Médio por sua ocupação de territórios como a Cisjordânia, as Colinas do Golan e as Fazendas de Shabaa. O processo de paz com os sírios e os palestinos, ou, em maior escala, com todos os países árabes capitaneados pela Arábia Saudita, pode diluir um pouco a tensão nesta frente que foi deixada de lado por George W. Bush até o último ano de seu mandato, quando já era muito tarde.
Os problemas americanos também começam a crescer na Ásia Central. A violência do Taleban se intensificou no Afeganistão, com novos ataques terroristas. Ao mesmo tempo, o vizinho Paquistão, principal aliado da guerra ao terror na região, sofre com atentados e com a presença de militantes do Taleban e da Al-Qaeda na região de fronteira com o Afeganistão. Para complicar, há o temor de que a Al-Qaeda consiga ter acesso a armas nucleares do país. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.