Ordem de Malta celebra 900 anos no Vaticano

A Ordem de Malta, uma das organizações mais peculiares do mundo, celebrou 900 anos de existência neste sábado com uma colorida procissão na Praça de São Pedro, uma missa e uma audiência com o Papa no Vaticano. Bento XVI também é membro desta ordem que, no passado, foi de cavaleiros da nobreza europeia.

Malta antigamente era uma ordem da Igreja católica, um grupo de ajuda que atualmente administra cantinas sociais, lares para idosos, hospitais e outros serviços de saúde e assistência social em 120 países. É ainda uma entidade soberana com poder para imprimir passaportes e emitir moeda. É membro observador nas Nações Unidas e tem relações diplomáticas com 104 países, apesar de não ter estado próprio.

Cerca de quatro mil pessoas – voluntários usando ternos laranja; crianças com bonés vermelhos e os membros da ordem com longas capas negras decoradas de cada lado do peito com a cruz de Malta – chegaram à Praça de São Pedro em procissão e entraram na basílica, marcando assim a data em que a Santa Sé reconheceu a ordem, há 900 anos.

Após a missa, celebrada pelo cardeal Tarcísio Bertone, o número dois do Vaticano, Bento XVI foi à basílica para uma audiência, na qual agradeceu à ordem os seus serviços e a exortou a continuar a providenciar serviços de saúde em todo o mundo, para os mais necessitados, mantendo-se fiel aos ideais cristãos. O trabalho da Ordem “não é só filantrópico, mas é uma expressão efetiva e um testemunho vivo do amor evangélico”, disse o Papa.

A história da ordem começa no século XI numa enfermaria em Jerusalém criada por um monge para auxiliar peregrinos que visitavam a Terra Santa. Durante o tempo das cruzadas, a ordem espalhou-se e assumiu um papel militar ao proteger os peregrinos dos ataques muçulmanos. Em Fevereiro de 1113, o papa Pascoal II reconheceu a ordem e entregou-lhe uma bula papal que lhe dá um estatuto de soberania e de independência.

Para serem admitidos, os membros tinham de provar a sua origem nobre até à oitava geração. Este requisito já não é tão rígido em alguns países europeus, mas continua a existir, com membros da ordem pertencentes às famílias católicas mais ricas da Europa. Sessenta dos seus 13.500 membros são “cavaleiros professos” porque fazem votos de pobreza, castidade e obediência e vivem como monges, embora não sejam ordenados padres. As informações são da Associated Press.

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