O líder oposicionista venezuelano Leopoldo López deixou nesta terça-feira seu esconderijo para discursar durante um protesto contra o governo e a seguir entregou-se à polícia.
Antes de se entregar, López declarou que sua prisão “abriria os olhos do mundo para os contornos cada vez mais autoritários” do governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Com a ajuda de um megafone, López disse a cerca de 5 mil correligionários que não tem medo de ir para a cadeia por defender suas crenças e o direito constitucional de protestar pacificamente contra o governo. “Não temos motivos para ficar escondidos”, disse ele.
Depois do discurso, López desceu de uma estátua do líder da independência de Cuba, José Martí, e caminhou até um cordão policial que acompanhava a manifestação e entregou-se.
No domingo, López disse que não temia a prisão e convocou seus apoiadores a marcharem com ele hoje até o Ministério do Interior.
López é acusado de fomentar a violência ocorrida durante protestos na semana passada, o que pode levar a acusações mais graves, como homicídio e vandalismo. Maduro acusa López de liderar um “golpe fascista” estimulado pelos Estados Unidos para derrubar seu governo.
Ontem, Maduro estabeleceu um prazo de 48 horas para três funcionários da Embaixada dos EUA em Caracas deixarem o país, sob a alegação de que apoiam planos da oposição para minar seu governo. Os EUA negam a acusação venezuelana.
Hoje, apoiadores de López redirecionaram os protestos para longe da praça central de Caracas, onde petroleiros a favor do governo planejavam sua própria manifestação.
Na última semana centenas de estudantes conduziram protestos pacíficos durante o dia, mas que terminaram em conflitos com a polícia pela noite. Os manifestantes contrários ao governo protestam contra a alta da violência e da inflação, além da falta de bens básicos.
Três pessoas morreram no protesto da última quarta-feira, sendo dois estudantes contrários ao governo e um apoiador do presidente Maduro. Imagens e fotografias mostraram que ao menos um dos estudantes morreu quando uma milícia a favor do governo abriu fogo diretamente contra o grupo que se manifestava contra Maduro. Fonte: Associated Press.