Alejandro Pena Esclusa, líder de um grupo conversador que faz oposição ao presidente Hugo Chávez, está preso desde o dia 12 de julho. Na última sexta-feira, 27, ele foi acusado de conspiração e tráfico de armas. Pena Esclusa afirma que o caso é uma farsa.

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O escritório da promotoria geral disse, em comunicado, que os agentes que invadiram seu apartamento encontraram cerca de 11 detonadores e 900 gramas de explosivos. As autoridades ligaram a prisão de Pena à captura de um salvadorenho, Francisco Chávez Abarca, que é acusado de ajudar a organizar ataques à bomba em Cuba como parte de uma campanha contra o governo comunista da ilha.

O ministro da Justiça, Tareck El Aissami, disse que Chávez Abarca conhecia os planos para promover a violência e atrapalhar as eleições venezuelanas e que contatou alguns “setores fascistas da oposição venezuelana”. Mas após alguns dias de interrogatórios, o governo o enviou para ser acusado em Cuba em vez de julgá-lo na Venezuela.

Pena Esclusa, que está detido na central da agência venezuelana de inteligência, em Caracas, disse na noite de ontem, por meio de respostas escritas às perguntas enviadas pela Associated Press, que “as acusações contra mim são uma farsa”. “As autoridades sabem muito bem disso, porque foi o governo que orquestrou o caso e ordenou que as provas fossem ‘plantadas’ na minha casa”, escreveu.

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O opositor disse que os policiais que entraram em sua casa roubaram dinheiro, aparelhos eletrônicos e outros pertences. A mulher de Pena Esclusa, Indira, acusou as autoridades de plantarem os explosivos numa gaveta da escrivaninha de sua filha de oito anos.

Oposição

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Pena Esclusa dirige a pequena organização Força Solidária, que se opõe a Chávez e a outros governos de esquerda latino-americanos e defende a economia de livre mercado. Ele também foi um forte apoiador do governo interino de Honduras, alçado ao poder depois que o presidente Manuel Zelaya, aliado de Chávez, foi deposto pelo Exército no ano passado.

Ele concorreu à presidência em 1998, terminando na nona colocação, com 0,04% dos votos, após retirar seu apoio a outro candidato, que perdeu para Chávez. O opositor foi detido em 2002 sob suspeita de ligação com oficiais militares que participaram de uma fracassada tentativa de golpe contra Chávez, mas foi libertado logo depois.

“Definitivamente, sou um prisioneiro político, toda a Venezuela reconhece isso”, disse Pena Esclusa. “Eu nunca acreditei na violência como forma de luta, condeno o terrorismo”. Se condenado, ele pode pegar uma pena de até dez anos de prisão, informou o escritório da promotoria geral.