Os parlamentares esquerdistas do México anunciaram uma greve de fome para pressionar o governo a realizar um amplo debate nacional sobre uma proposta de reforma energética. Os oposicionistas ocupam há quatro dias as tribunas da Câmara dos Deputados e do Senado. Os membros do Partido da Revolução Democrática (PRD) começaram o jejum na noite deste domingo (13). O senador Carlos Navarrete afirmou que trata-se de um exemplo de "que estamos dispostos a continuar com ações de tipos muito diversos" contra a reforma, considerada pela esquerda um início de privatização. Nesta segunda-feira (14), os parlamentares levantaram uma "barricada" com cadeiras em volta da tribuna da Câmara dos Deputados.
Além do PRD, membros do minoritário Trabalho e Convergência buscam uma discussão entre especialistas, intelectuais e da sociedade em geral sobre o projeto, apresentado pelo presidente Felipe Calderón. A esquerda diz que o Partido da Ação Nacional (PAN), da situação, pretende aprovar o texto nas próximas semanas. O líder do PAN no Senado, Santiago Creel, afirmou que seu partido nunca se negou a debater o tema. Além disso, garantiu que a proposta não poderia ser aprovada antes de 30 de abril.
A proposta permitiria à estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) contratar empresas privadas para construir ou operar refinarias, além de acompanhá-la na exploração do petróleo. O governo argumenta que não se trata de privatização, pois as empresas serão pagas em dinheiro, com bônus adicionais por desempenho, mas não levarão parte do petróleo ou de seus derivados.