Oposicionistas acusam Musharraf pela morte de Benazir

Após a confirmação da morte da líder oposicionista e ex-primeira ministra paquistanesa Benazir Bhutto, vítima nesta quinta-feira (27) de um atentado perpetrado por um homem-bomba na cidade de Rawalpindi, partidários dela no hospital acusaram o governo do presidente Pervez Musharraf pelo ataque. Alguns destruíram uma porta de vidro da entrada da unidade de emergência do hospital e outros irromperam em lágrimas. O ataque ainda matou pelo menos outras 20 pessoas.

Mais cedo, antes do ataque a bomba, que segundo a polícia foi conduzido por um suicida, ocorreu outro ataque em Rawalpindi, contra partidários de outro ex-premiê do Paquistão, Nawaz Sharif no qual foram mortas quatro pessoas. A oposição acusou partidários do governo de terem desfechado o ataque a tiros. Sharif nada sofreu. A oposição paquistanesa reuniu milhares de pessoas hoje em Rawalpindi, pois o país terá eleições parlamentares em 8 de janeiro.

O ataque de hoje foi o segundo atentado contra Benazir. Em outubro, quase 150 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em Karachi na chegada da ex-premiê ao país após oito anos de exílio. Na ocasião, duas bombas explodiram perto do caminhão que a transportava. Benazir, que vivia no exílio por causa das acusações de corrupção e enriquecimento ilícito, retornou ao país após meses de negociação com Musharraf. Cotada para voltar a ser primeira-ministra, Bhutto tinha o apoio de mais de 50% dos eleitores paquistaneses.

Nascida em 1953, Benazir Bhutto era filha do ex-premiê do Paquistão Zulfikar Ali Bhutto. Ela foi a primeira mulher a governar o país de maioria islâmica no período pós-colonial. Benazir governou o Paquistão de 1988 a 1990, quando foi afastada por denúncias de corrupção, e novamente governou o país entre 1993 e 1996, quando também foi afastada após novas acusações de corrupção. Em 1998, ela partiu para o exílio em Dubai e em seguida rumou para a Grã-Bretanha, regressando ao Paquistão em outubro deste ano.

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