O conhecido líder oposicionista egípcio Ayman Nour disse neste sábado que foi atacado na noite de sexta-feira por um motociclista, que jogou uma substância inflamável em seu rosto. Nour acusou integrantes do partido do presidente do Egito, Hosni Mubarak, pelo atentado, cometido um dia depois de ele anunciar que pretende disputar a Presidência na eleição de 2011.

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Nour passou quase quatro anos preso, depois de desafiar o general Mubarak na eleição de 2005. Ao ser solto, em fevereiro deste ano, ele declarou que continuaria em sua campanha pela democracia no Egito. “Esse ataque é errado. É a mensagem errada, pela razão errada, no momento errado”.

Descrevendo o ataque, Nour disse que estava saindo de sua casa na noite de sexta quando foi abordado por um jovem em uma motocicleta. Quando Nour se voltou para o jovem, foi atingido por uma chama, aparentemente lançada por um aerossol. “O fogo pegou em meu cabelo, deixando 20% dele queimado. Minha testa e o lado esquerdo de meu rosto ficaram queimados. Minhas roupas também pegaram fogo”, afirmou o dissidente em entrevista pelo telefone (ele se recusou a encontrar-se com repórteres, alegando estar constrangido por sua própria aparência).

O oposicionista disse ter registrado queixa em uma delegacia e que não tem dúvidas sobre a autoria do ataque. “Não poderia ser de qualquer outra direção”, disse Nour, referindo-se ao partido que sustenta o regime de Mubarak. Ele acrescentou que depois de ter sido solto da prisão, em fevereiro, as autoridades o têm impedido de levar uma vida normal. O governo o tem impedido de aparecer na televisão, de vender propriedades, de abrir conta em banco e de voltar a suas atividades profissionais como advogado. “Isso está me matando”, acrescentou.

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Na segunda-feira passada, Nour e alguns integrantes de seu partido, o Al-Ghad (“amanhã”, em árabe), foram ao palácio presidencial do Cairo com uma petição para que o governo cumprisse uma decisão judicial que dá amparo a seu direito de ser o líder do partido. A decisão do tribunal havia sido rejeitada pelo Comitê Eleitoral, que é chefiado por Gamal Mubarak, filho do presidente do país.