Pelo menos 50 mil militantes da oposição malaia reuniram-se em um estádio nesta quarta-feira para protestar contra o que eles chamam de resultados eleitorais marcados por fraude, que possibilitaram que a coalizão que governa há longo tempo se mantivesse no poder.
Nas eleições do último domingo, a coalizão Frente Nacional, do primeiro-ministro Najib Razak, que governa o país há longa data, venceu 133 dos 222 assentos do Parlamento. Contudo, a oposição, representada por uma aliança de três partidos, planeja abrir um questionamento legal de pelo menos 30 assentos. A Frente Nacional perdeu a votação popular, ao conquistar 5,24 milhões de votos, enquanto a oposição obteve 5,24 milhões.
O líder da oposição, Anwar Ibrahim, acredita que a coalizão de Frente Nacional usou votantes ilegais, cédulas falsas e outras irregularidades nas eleições do último domingo para estender os 56 anos de poder. Razak nega as acusações e mantém a posição de que o processo foi livre e justo. Nesta quarta, o escritório do premiê malaio emitiu um comunicado criticando Anwar, dizendo que as acusações dele de fraude são infundadas e que a manifestação é irresponsável.
Os manifestantes pedem por processos eleitorais mais transparentes. Eles saíram às ruas vestindo camisetas pretas contendo mensagens como “A democracia está morta” e “Permaneçam fortes, malaios”. Anwar disse estar contente pela multidão “mostrando a coragem e a convicção para mudar o curso da história” na Malásia.
No domingo, os eleitores decidiram manter no poder a Frente Nacional, a coalizão que governa o país ininterruptamente desde a independência do Reino Unido em 1957 – em meio ao período de forte crescimento econômico -, privando a oposição da chance de colocar em prática suas promessas de erradicar a corrupção, elevar os salários e melhorar as condições de vida.
A Casa Branca parabenizou hoje Najib pela vitória de sua coalizão, mas disse que é importante que as autoridades malaias respondam às acusações de irregularidades nas eleições.
O Instituto para Assuntos Econômicos e Democráticas, um órgão de reflexão malaio que foi confiado por autoridades eleitorais para observar as votações, disse hoje que o processo eleitoral foi “apenas parcialmente livre e injusto”. As informações são da Associated Press.