A oposição da Venezuela pediu uma participação maciça neste domingo, na rejeição simbólica do plano do presidente Nicolás Maduro de reescrever a constituição, uma proposta que está ampliando as tensões no país. No total, a nação já enfrenta mais de cem dias de protestos contra o governo.

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Maduro convocou uma votação em 30 de julho para eleger membros de uma assembleia especial para promover alterações na constituição da Venezuela de 1999. A oposição diz que o voto é estruturado para reunir a assembleia constitucional com apoiadores do governo e permitir que Maduro elimine oposições, criando um sistema ao estilo cubano, dominado por seu partido socialista.

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Maduro e os militares dominam a maioria das instituições do Estado, mas a oposição controla o Congresso e detém três dos 23 ofícios de governo. O promotor chefe do país recentemente rompeu com o partido no poder.

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“Essa assembleia constitucional fraudulenta criará uma maioria que fechará o congresso, jogará a democracia pela janela”, disse o ex-presidente boliviano Jorge Quiroga, que voou para Caracas no sábado com um grupo de ex-presidentes latino-americanos para apoiar a oposição. “Amanhã, democracia e liberdade estarão em jogo”.

A oposição está boicotando a assembleia constitucional, tendo solicitado aos venezuelanos que se coloquem contra os planos de Maduro, comparecendo aos locais de votação no país para preencher as cédulas com três perguntas com respostas de sim ou não. Eles rejeitam a assembleia constitucional? Eles querem que as Forças Armadas retornem ao Congresso? Eles são favoráveis à formação de um governo composto por defensores de Maduro e oposição?

A votação simbólica não tem impacto legal, mas servirá como uma prova de apoio cujo sucesso ou fracasso serão medidos em votos. A Unidade Democrática, uma coalizão formada por cerca de 20 partidos da oposição, imprimiu 14 milhões de cédulas para eleitores dentro e fora do país de 31 milhões de pessoas. Poucos esperam uma participação tão alta, mas analistas dizem que o envolvimento de mais de oito milhões de pessoas aumentaria significativamente a pressão sobre o governo duas semanas antes da assembleia constitucional.

As pesquisas mostram que apenas 20% dos venezuelanos são a favor de reescrever a Constituição de 1999 de Hugo Chávez.