Uma facção da oposição armada do Sudão do Sul anunciou neste sábado que substituiu seu líder, Riek Machar, que é também o primeiro vice-presidente do país. A decisão pode aumentar a instabilidade no Sudão do Sul, cuja capital, Juba, registrou violentos confrontes neste mês.

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Machar, que liderou uma rebelião contra o presidente Salva Kiir em dezembro de 2013 mas assinou um acordo de paz no ano passado, será substituído por Taban Deng como vice-presidente. Deng tinha atuado como principal negociador dos rebeldes durante as conversações de paz.

Segundo o chefe de gabinete de Machar, Ezekiel Lol Gatkuoth, Deng deve permanecer no posto até Machar retornar à capital. Machar fugiu de Juba neste mês após as forças de Kiir bombardearem sua casa, durante os confrontos na capital que deixaram centenas de mortos. O presidente deu prazo até este sábado para que ele volte a Juba.

Nyarji Roman, um porta-voz de Machar que também está escondido, disse que sua substituição é uma “conspiração” e que Deng teria sido demitido na sexta-feira por manter negociações unilaterais com Kiir. Deng também é contrário ao envio de uma força da União Africana para Juba, algo defendido por Machar. Apoiadores de Machar não podem retornar com segurança a Juba a menos que uma força externa esteja presente na cidade.

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Um porta-voz do governo, Michael Makuei, disse que Kiir não vê problemas na decisão da oposição de substituir Machar. Deng liderou uma equipe da oposição que retornou a Juba após o acordo de paz, abrindo caminho para que Machar reassumisse seu posto de vice-presidente de Kiir em abril, em um governo de união nacional.

No entanto, divergências dentro da oposição levaram à atual ruptura. Há também forte oposição à figura de Deng entre grupos que lutaram ao lado de Kiir durante a guerra civil. Fonte: Associated Press.

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