O líder do maior grupo de oposição da Jordânia afirmou que está ficando impaciente com a lentidão do rei Abdullah II em realizar reformas, enquanto milhares de manifestantes tomaram as ruas da capital do país, Amã, após as preces do meio dia (horário local). Foi a maior manifestação nos últimos dois meses.
Abdullah II, um aliado crucial dos Estados Unidos no Oriente Médio, tem tentado abafar os protestos com mudanças no gabinete de governo. Mas os manifestantes exigem que o primeiro-ministro seja escolhido em eleição direta e não mais pelo rei.
Hoje, o líder da Frente de Ação Islâmica, Hamza Mansour, discursando para uma multidão de 4 mil pessoas, disse que a população está ficando “impaciente” com a lentidão e os passos insuficientes para as reformas. “O povo está esperando para ver reformas democráticas sérias e verdadeiras. Andem logo”, afirmou, aplaudido pelos manifestantes, que gritavam “Allahu Akbar” (Deus é grande).
Por oito sextas-feiras consecutivas, os jordanianos tomaram as ruas pedindo reformas democráticas, preços menores para os alimentos e a dissolução de um Parlamento que, acusam, foi escolhido a partir de uma lei eleitoral baseada na fraude. O Parlamento é a única instituição de governo na Jordânia onde os integrantes são eleitos. O monarca, que possui um poder quase absoluto, indica e demite o primeiro-ministro e todos os ministros, além de ter o poder de dissolver gabinetes de governo e o próprio Parlamento.
Até agora, os protestos na Jordânia têm sido em grande parte pacíficos, e as multidões menores do que na Tunísia, Egito, Iêmen e Líbia. As informações são da Associated Press.