A Líbia, país árabe do Norte da África que até agora tinha ficado imune aos protestos populares que estão varrendo o Magreb e o Oriente Médio, terá o seu “dia da ira” em 17 de fevereiro, informou o jornal italiano Corriere della Sera, citando os diários árabes AlSharq Al-Awsat e Libya al-Youm, o primeiro publicado em Londres.
Segundo reportagem publicada hoje pelo Corriere, o coronel Muamar Kadafi, que governa a Líbia com mão-de-ferro desde 1969, quando derrubou o rei Idris, está preocupado com a onda de revoluções e levantes no mundo árabe. Os periódicos árabes indicam que são os estudantes líbios que convocam os protestos contra o governo.
Preocupado, Kadafi chamou jornalistas e ativistas políticos para conversas em seu palácio. Ele também teria defendido o cambaleante presidente egípcio Hosni Mubarak, atribuindo tudo a uma conspiração de Israel.
“É errado ficar culpando Mubarak, que é um homem pobre, não tem dinheiro nem para comprar roupas novas e muitas vezes nós o ajudamos. O que acontece hoje no Egito é obra dos serviços secretos de Israel”, afirmou Kadafi ao Libya al-Youm. Estimativas publicadas nos últimos dias na imprensa internacional indicam que a fortuna pessoal de Mubarak e de seus familiares próximos se situa em algo entre US$ 40 bilhões e US$ 60 bilhões.