Várias organizações e partidos da oposição interna síria se reuniram neste domingo em Damasco para “preparar o ambiente adequado para uma transferência democrática do poder na Síria”, disse à Agência Efe o dirigente do Conselho de Coordenação Nacional (CCN), Khalaf Dahud.

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O dirigente detalhou que participam deste encontro 22 partidos e grupos, entre eles o CCN, a principal organização opositora interna, e 250 personalidades locais. A eles se somaram representantes de Rússia, China, Irã e Argélia.

“A presença das delegações destes países se justifica porque são aliados do regime e queremos pôr em evidência porque estes países estão dispostos a mudar sua política rumo à crise síria e reconhecer a existência de uma oposição nacional”, ressaltou Dahud.

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Em sua opinião, é preciso primeiro criar o ambiente adequado para uma transferência de poder na Síria para depois “chegar a um cessar-fogo entre as duas partes”.

Na abertura da reunião, o embaixador russo em Damasco, Azamat Kulmujametov, pronunciou um discurso no qual ressaltou a importância de os sírios encontrarem uma solução pacífica à crise longe de qualquer intervenção estrangeira, informou a agência de notícias oficial síria “Sana”.

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Kulmujametov explicou que os esforços de Moscou se centram em instar e pressionar os grupos armados para que abandonem a violência e avancem rumo a uma solução política através de um diálogo nacional.

Durante a reunião foi aprovado um documento como base das ações da oposição dentro da Síria na etapa transitória até a hipotética queda do regime do presidente Bashar al Assad, que contempla uma “resistência não violenta para conseguir os objetivos da revolução”.

O comunicado, ao qual a Agência Efe teve acesso, destaca que “a militarização da revolução (armando os civis) é um perigo tanto para a revolução como para a sociedade”.

Por esse motivo, “vemos o Exército Livre Sírio (ELS) como um fenômeno objetivo que emergiu da rejeição dos soldados sírios a matar seus compatriotas que protestavam pacificamente”, diz a nota, que indica que, como componente da revolução, o ELS deve “apoiar, fortalecer e defender a estratégia pacífica”.

Da conferência não puderam participar três dirigentes do CCN desaparecidos desde quinta-feira passada, e que, segundo seu grupo, estão nas mãos da Inteligência do regime sírio.