Oposição ignora apelo de Obama sobre reforma da saúde

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, viu hoje uma de suas últimas e decisivas cartadas para aprovar a reforma do sistema de saúde ser frustrada pelas críticas implacáveis dos republicanos que participaram de uma reunião que durou mais de 6 horas em Washington.

Congressistas de oposição ignoraram o pedido do presidente americano para que buscassem pontos de consenso em torno da proposta e preferiram realçar as diferenças com a Casa Branca.

A reforma, cujo custo para incluir 31 milhões de americanos no sistema de saúde atual pode chegar a US$ 1 trilhão nos próximos dez anos, vem sendo debatida há três meses no Congresso.

Na última semana, o presidente americano divulgou no site da Casa Branca uma última versão do projeto de lei e convidou parlamentares do governo e da oposição para um debate, com transmissão ao vivo pela televisão. Ao todo, 20 parlamentares democratas e 22 republicanos atenderam ao convite.

No início do encontro, Obama fez um apelo pela busca de consenso entre o governo e a oposição. “O que eu espero conseguir é que todos se concentrem não apenas nas nossas divergências, mas nos pontos sobre os quais possamos estar de acordo”, disse o presidente americano, que dispensou o palanque usado tradicionalmente para sentar-se numa cadeira, no mesmo nível dos parlamentares.

Os republicanos repetiram as críticas de que a proposta da Casa Branca seria custosa, elevaria os impostos, permitiria controle do Estado sobre relações econômicas de caráter privado e poderia fazer com o que preço dos planos de saúde disparassem.

“Este é um carro que não pode simplesmente ser consertado”, comparou o senador republicano Lamar Alexander. “Temos de começar tomando o projeto atual e deixando-o numa prateleira da estante para começar a partir de uma folha em branco.”

Além de reverter a oposição republicana, Obama também esperava reanimar os congressistas democratas que andavam relutantes em apoiar o projeto desde que o governo perdeu a maioria no Senado, no mês passado.

Analistas dizem que o governo foi ao encontro sabendo da dificuldade em alcançar um consenso. Mas, segundo eles, a intenção de Obama era, primeiramente, evidenciar a falta de propostas alternativas dos republicanos.

Segundo Obama, a oposição apresenta “um argumento filosófico legítimo” sobre a maior interferência do Estado, mas não consegue apresentar uma contraproposta realista.

Os Estados Unidos são o único país desenvolvido que não oferece um serviço de cobertura médica para todos seus cidadãos.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo