Manifestantes da oposição ergueram barricadas nas principais vias de Caracas nesta segunda-feira, prejudicando o tráfego de veículos em partes da capital venezuelana. As barricadas, feitas com lixo e outros escombros, levaram ao cancelamento do trânsito de algumas linhas de ônibus e tornaram a ida ao trabalho um pesadelo para muitas pessoas, mas não havia informações sobre violência quando a polícia começou a desmantelar os bloqueios. Nas cidades de Maracaibo e Valência também foram erguidas barricadas.

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Desde 12 de fevereiro, oponentes do presidente Nicolás Maduro têm realizado protestos em todo o país. Segundo o governo, essas manifestações resultaram nas mortes de pelo menos 11 pessoas e deixaram mais de 130 feridas.

Os manifestantes responsabilizam Maduro pela alta taxa de criminalidade e pelos problemas econômicos enfrentados pelo país. Para eles, as políticas socialistas do presidente levaram à falta de produtos básicos e a uma inflação acima de 50% ao ano, uma das mais altas do mundo, apesar das grandes reservas de petróleo venezuelanas.

Maduro convocou no domingo uma conferência nacional de paz para quarta-feira para tratar dos protestos. O governador opositor Henrique Capriles diz que ainda não decidiu se participará do encontro.

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Maduro convidou diferentes setores políticos para um diálogo em busca de acordos, após duas semanas de protestos, mas afirmou que manterá a mão de ferro contra os que fomentam a violência.

“Esta mão que veem é a mão do (ex-presidente Hugo) Chávez convertida em povo e vou usá-la como ferro para defender o povo”, advertiu o presidente perante cerca de 1.000 idosos que marcharam ao ritmo de músicas folclóricas e canções tropicais pelo centro de Caracas e se concentraram do lado de fora do Palácio de Miraflores, sede do governo.

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Maduro disse que a “conferência de paz” será instalada na quarta-feira no Palácio de Miraflores e que espera a participação não apenas de representantes de todos os setores políticos, líderes sindicais e dirigentes da oposição, mas também de empresários.

As manifestações contra o governo começaram duas semanas atrás em protesto contra a inflação, que em janeiro superou os 50% anuais, assim como a falta de produtos básicos e o aumento da violência.

A oposição também critica o uso da violência por parte de grupos ligados ao governo e exigem a libertação do líder opositor Leopoldo López, detido numa prisão militar desde 18 de fevereiro por convocar manifestações. Fonte: Associated Press.