O partido governista do Zimbábue e o principal grupo de oposição iniciaram nesta quinta-feira (10) as negociações preliminares para encerrar a crise política iniciada no país com a reeleição do presidente Robert Mugabe, segundo afirmou uma fonte opositora. Mukoni Ratshitanga, porta-voz do presidente sul-africano, Thabo Mbeki, confirmou a rodada de diálogo.
Os opositores do Movimento para a Mudança Democrática (MMD) e os governistas da União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica (Zanu-PF) estão sob forte pressão internacional para dialogar por uma saída para o impasse eleitoral no país desde a sexta reeleição de Mugabe, condenada pela comunidade internacional pela repressão e onda de violência contra simpatizantes da oposição.
Segundo um membro do MMD, as conversar preliminares começariam nesta quinta, quando seria discutido o fim da violência política "Nossa equipe está na África do Sul, onde acontecem as negociações preliminares com o Zanu-PF", disse o representante da oposição, que confirmou que o foco do debate é o início do diálogo.
O porta-voz do MMD Nqobizitha Mlilo disse que será discutida a onda de violência e dessa discussão o partido decidirá se é possível iniciar plenas negociações, se as condições pelo fim da repressão política forem reconhecidas. Diplomatas na África do Sul disseram que os dois lados concordaram em iniciar as conversas. A mediação entre governo e oposição é realizada pelos sul-africanos.
A eleição realizada no Zimbábue foi alvo de muitas críticas. O país sofreu com a violência, direcionada sobretudo contra os partidários da oposição, o que levou o candidato oposicionista, Morgan Tsvangirai, a retirar sua candidatura antes da realização do segundo turno. Com isso, o presidente Mugabe, no poder desde 1980, tornou-se o único nome na disputa e garantiu outro mandato.