A coalizão de oposição na Síria está abrindo escritórios em Washington e Nova York, como parte da sua estratégia para retirar o assento do país na Organização das Nações Unidas (ONU) do regime do presidente Bashar al-Assad.
O líder do Conselho Nacional Sírio, Ahmed Moaz al-Khatib, também recebeu um convite do governo dos EUA para visitar Washington e pode tentar realizar reuniões com altas autoridades da ONU, segundo informou o enviado da coalizão ao país, Najib Ghadbian. “O regime de Assad perdeu sua legitimidade, então nós temos o objetivo de assumir o assento sírio na ONU”, comentou ele, embora reconheça que isso pode ser “uma longa batalha legal e política”.
“Nós sabemos que será um processo longo e difícil, mas queremos começá-lo já. Sempre existe a possibilidade de queda do regime e nós queremos estar prontos para isso”, comentou Ghadbian, professor de política da Universidade de Arkansas, que acabou de ser nomeado representante da oposição nos EUA.
A guerra civil na Síria, que já dura 22 meses e já deixou mais de 60 mil mortos, provocou um racha no Conselho de Segurança da ONU. A Rússia e a China, tradicionais aliadas de Assad, já bloquearam três resoluções propostas por países do Ocidente para tentar pressionar o regime.
Ghabdian está em Nova York esta semana se encontrando com diplomatas de importantes países do Ocidente e representantes das agências humanitária e de direitos humanos da ONU. O Departamento de Estado dos EUA disse que está em conversas com a coalizão de oposição sobre a abertura de um escritório em Washington. O governo norte-americano reconheceu a oposição como o representante legítimo do povo sírio no fim do ano passado e tem trabalhado para remover Assad do poder.
Mortes
Enquanto avançam as negociações no nível diplomático, o conflito na Síria continua fazendo vítimas. Redutos rebeldes nos arredores da capital Damasco foram atacados por terra e ar, deixando 55 mortos nas últimas 24 horas, segundo o grupo ativista Observatório Sírio para Direitos Humanos.
Entre os mortos estariam cinco civis, incluindo três mulheres, que morreram quando morteiros atingiram o campo de refugiados Yarmuk, ao sul de Damasco. Ontem, a ofensiva do regime tinha deixado 14 civis mortos, além de 28 rebeldes e oito soldados.
“O ataque visa expulsar os rebeldes de Daraya”, disse o ativista Omar Shakir para a AFP, em uma entrevista feita via Skype. O subúrbio no sudoeste de Damasco está sob ataque das forças do governo há meses.
O Observatório Sírio, que colhe informações de uma rede de ativistas e médicos em hospitais civis e militares em todo o país, disse que ontem 141 pessoas foram mortas na Síria, sendo 36 civis, 39 soldados e 66 rebeldes. As informações são da Associated Press.