Oposição alemã protesta contra ataque no Afeganistão

Um ataque aéreo solicitado pela Alemanha no Afeganistão provocou protestos da oposição alemã neste sábado. O governo pediu uma ampla investigação sobre o caso. O ataque foi ordenado na manhã de sexta-feira depois que o Taleban roubou dois caminhões de combustível no norte de Afeganistão, onde tropas alemãs estão estacionadas. A Alemanha fará eleições parlamentares no dia 27 de setembro e o incidente pode colocar pressão sobre a confortável liderança apresentada pela chanceler Angela Merkel nas pesquisas

O ministro da Defesa, Franz Josef Jung, integrante do partido de Merkel, o Democrata Cristão, lembrou, em declarações feitas ao jornal Bild am Sonntag, que os militares não têm informações que indiquem que civis morreram em decorrência do ataque, pedido por um oficial alemão e realizado por aviões norte-americanos.

“Baseado nas informações que temos agora, apenas terroristas do Taleban foram mortos no ataque”, disse Jung ao jornal, publicado hoje. Neste sábado, o principal comandante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão, general Stanley McChrystal, visitou o local do ataque e confirmou que civis estão entre os feridos. Ele não disse, porém, se moradores locais estão entre os cerca de 70 mortos do ataque.

O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, que concorre com Merkel ao cargo de primeiro-ministro, pediu uma investigação “rápida e ampla”, segundo declarações publicadas pelo Bild. “Ao mesmo tempo, precisamos fazer tudo o que estiver em nosso poder para evitar atingir civis”, disse Steinmeier, integrante do partido Social Democrata que governa sob uma conturbada coalizão com o partido de Merkel desde 2005.

O Partido Verde, de oposição, criticou o governo de Merkel por ignorar uma ordem recente de McChrystal para restringir o uso de fogo aéreo se civis estiverem em risco. “A chanceler Merkel deve assumir responsabilidade política” pelo ataque, disse o líder dos Verdes no Parlamento, Juergen Trittin, pedindo desculpas públicas “ao povo no Afeganistão e aos nossos aliados”.

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