O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conclamou hoje os líderes de Israel e da Autoridade Nacional Palestina (ANP) a deixarem de lado a desconfiança e qualificou as negociações diretas de paz a serem iniciadas amanhã em Washington como “uma oportunidade que deve ser aproveitada”. Obama falou a jornalistas depois de ter-se reunido separadamente com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e com o presidente da ANP, Mahmud Abbas. Os dois líderes devem se reunir amanhã.
“Uma oportunidade como esta pode não aparecer novamente tão cedo”, disse o presidente norte-americano. “Eles não podem permitir que ela escape. Chegou a hora de líderes com coragem e visão proporcionarem a paz que seus povos merecem.” Obama afirmou saber que há muitos sentimentos envolvidos e que não tem a ilusão de que um acordo será facilmente alcançado. Ainda assim, disse que tanto o sucesso quanto o fracasso não são inevitáveis.
“Se não tentarmos, o fracasso estará garantido. Se os dois lados não se comprometerem sinceramente, então o conflito persistirá e consumirá mais uma geração. E nós simplesmente não podemos permitir que isto aconteça”, afirmou o presidente dos EUA.
Obama também teve reuniões hoje com o rei da Jordânia, Abdullah II, e com o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Os dois também estão em Washington para as negociações. Mais tarde, Obama, Netanyahu, Abbas, Abdullah II e Mubarak jantaram juntos.
As negociações formais começarão amanhã no Departamento de Estado. O movimento Hamas, que governa a Faixa de Gaza, rejeitou as negociações e denunciou a ANP. O Hamas também protestou contra a prisão de cerca de 250 simpatizantes e militantes na Cisjordânia.
Atentado
Obama qualificou o ataque que matou quatro israelenses na Cisjordânia, ocorrido ontem, como um “massacre sem sentido”. Segundo ele, essa violência não impedirá os EUA de seguirem buscando a paz no Oriente Médio. O grupo militante islâmico Hamas reivindicou a autoria do ataque. Obama disse que o Hamas precisa saber que a violência não o impedirá de buscar a segurança de Israel e uma paz duradoura para a região.
Hoje, Forças israelenses fecharam partes da Cisjordânia enquanto agentes de segurança palestinos prenderam mais de 250 supostos membros do Hamas. Soldados israelenses realizaram buscas casa por casa em vilas na área de Hebron, na Cisjordânia, perto do assentamento de Kiryat Arba, onde dois casais, incluindo uma mulher grávida, foram mortos na noite de ontem.
O chefe militar de Israel, o general Gabriel Ashkenazi, e outros militares graduados estavam na área para conduzir as operações e o trabalho de inteligência. “Nós estamos trabalhando em vários níveis diferentes desde que o fato ocorreu e continuaremos a agir até que peguemos os terroristas”, afirmou Ashkenazi. As forças de segurança fizeram barreiras na região.
Prisão
Com a prisão de 250 suspeitos pelas forças palestinas, o governo do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, parecia enviar uma mensagem tanto para Israel quanto para os grupos internos palestinos de que está comprometido com o diálogo pela paz.