A Organização das Nações Unidas (ONU) pressionou hoje para conseguir acesso aos locais onde foram travadas as batalhas no Sri Lanka para tratar e retirar civis que possam estar nesses locais. Hoje é feriado no país em comemoração à vitória militar sobre os rebeldes do Exército de Libertação dos Tigres do Eelam Tâmil (LTTE). Embora o presidente tenha declarado ontem que o país está livre do terrorismo, forças do governo mataram hoje dois pelotões de combatentes rebeldes – um total de oito insurgentes – que preparavam emboscadas no leste do Sri Lanka, informou o Exército.
Acredita-se que grupos de combatentes rebeldes continuem ativos no leste e funcionários do governo suspeitam que células adormecidas estejam escondidas em várias cidades, elevando os temores de que a guerra pode continuar como uma insurgência. A segurança continua reforçada ao redor da capital Colombo, onde há vários postos de controle e tropas realizando patrulhas. Durante os confrontos, o governo impediu que jornalistas e trabalhadores humanitários internacionais entrassem na zona de guerra, permitindo apenas que Cruz Vermelha enviasse, periodicamente, um barco para a área para entregar alimentos e evacuar os feridos.
A Cruz Vermelha também pediu acesso à zona de guerra para ajudar quem ainda estiver no local, mas o governo diz que não precisa de assistência, segundo Paul Castella, o chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha no Sri Lanka. “Temos preocupações e estamos pedindo acesso”, disse ele. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reuniu-se com o ministro da Saúde do Sri Lanka ontem em Genebra e também pressionou por acesso à zona de guerra, afirmou a porta-voz da ONU Elena Ponomareva.
O organismo mundial não tem informações sobre civis feridos que ainda podem estar na zona de guerra, disse Elisabeth Byrs, porta-voz das operações humanitárias da ONU. Ela disse que o acesso precisa ser concedido à ONU ou à Cruz Vermelha para “retirar qualquer um que ainda esteja no local”. Ban disse em comunicado que a situação no Sri Lanka é “grave e preocupante”. “Um bom começo seria permitir que a ONU e seus parceiros tenham total e incondicional acesso a todos os civis”, disse Ban, que vai ao Sri Lanka na sexta-feira.