ONU quer US$ 3,1 bi para combater crise de alimentos

De mãos atadas pelas leis do mercado e dependendo do voluntarismo dos governos, a Organização das Nações Unidas (ONU) sofre para anunciar uma estratégia internacional para a crise da alimentação. A ONU quer montar uma força-tarefa e pede US$ 3,1 bilhões – US$ 775 milhões a mais do que o orçamento do ano passado – para tentar dar uma resposta à crise que já afeta 100 milhões de pessoas.

A ONU vê a fome hoje como uma ameaça maior do que o terrorismo. Mas, com apenas 3% do dinheiro pedido para superar a crise e distribuir alimentos, a organização não tem como controlar especuladores nem como forçar governos a eliminar medidas que distorcem o comércio, que estão inflando a crise. Em um encontro de dois dias em Berna, as lideranças das 27 agências da ONU fecharam uma estratégia para dar uma resposta à crise, com a criação de uma força-tarefa. Mas o debate em meio a almoços luxuosos regados com vinho, salmão e carpaccio apenas evidenciou a esquizofrenia do sistema e foi criticado por entidades humanitárias, como Care e Oxfam.

Todos os participantes concordam que a crise é resultado do abandono da agricultura nos países em desenvolvimento. Enquanto isso, em seis meses, os alimentos subiram 50%. "Não podemos repetir os erros do passado", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, alertando que os problemas já eram conhecidos há anos. "Lamento que a comunidade internacional não ouviu antes os sinais de alerta", disse ele.

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