Enquanto ministros desfilam promessas de ajuda, o centro de operações da Organização das Nações Unidas (ONU) trabalha de forma frenética e discreta em Genebra, na Suíça, e Nova York, nos Estados Unidos, para tentar estipular prioridades para a reconstrução do Haiti. Os desafios políticos para a adoção do projeto e a falta de recursos são os maiores obstáculos.
A estimativa é de que 3 milhões de pessoas tenham de ser auxiliadas por um tempo indeterminado. Já há projeções de que a reconstrução leve uma década. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a documentos que mostram o trabalho da ONU e de outras agências humanitárias na preparação de uma estratégia de reconstrução. O Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou a falar em um “Plano Marshall” para o Haiti.
No entanto, a ironia, segundo especialistas, é que um plano para o Haiti já existia antes mesmo do terremoto. O documento foi apresentado a países doadores, mas ganhou pouca atenção. Os recursos doados foram insuficientes e os investimentos não vieram.
O documento pedia recursos para infraestrutura, serviços e agricultura. Agora, esse mesmo esboço ganhará capítulos sobre saúde, educação, moradia e vários outros setores destruídos pelo terremoto, ocorrido no último dia 12. Em cerca de um mês, os novos valores da operação serão anunciados.