ONU quer dobrar ajuda ao Haiti

Todo o trabalho e dinheiro investido pelo Brasil no Haiti podem ser perdidos se o país não receber nos próximos cinco anos mais de US$ 10 bilhões para a reconstrução de sua infra-estrutura. Os dados são do gabinete do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, que se reuniu ontem com o chanceler brasileiro, Celso Amorim, em Genebra. Para Ban, a segurança e a estabilidade no país podem ser afetadas se a população não receber ajuda da comunidade internacional. “Estamos reavaliando o que podemos fazer no Haiti e estamos em conversações com o Brasil sobre o assunto”, afirmou o secretário-geral da ONU. “A situação de lá nos preocupa muito e há um temor real de que a falta de recursos comprometa o que foi feito no país nos últimos anos.”

O Haiti, o país mais pobre da América, sofre com a instabilidade econômica e política. Suas instituições são consideradas disfuncionais e corruptas e as taxas de criminalidades e tráfico de drogas são altas. A vulnerabilidade ambiental agrava a situação do país: em 2008, a passagem de furacões provocou prejuízos de bilhões de dólares. Desde junho de 2004, o Brasil comanda a missão da ONU para a estabilização no Haiti, a Minustah. As tropas de paz são consideradas fundamentais para garantir a estabilidade, mas cresce a percepção de que apenas soldados não resolverão a crise.

Hoje, o Haiti conta com cerca de US$ 500 milhões em ajuda a seu desenvolvimento, dinheiro entregue pelas Nações Unidas. Para Ban Ki-moon, esses recursos são apenas uma parcela do que o país necessita. “Estradas e cidades inteiras foram destruídas este ano”, afirmou. As Nações Unidas classificam a situação do Haiti como “crítica” e, para o início de 2009, Ban negocia a realização de uma conferência internacional com o objetivo de recolher recursos para o país. “Queremos pelo menos dobrar o dinheiro que está chegando ao país.”

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