O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, conclamou nesta quarta-feira (4) as forças dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a evitarem a morte de civis em suas operações em solo afegão, fazendo eco às preocupações do presidente do país, Hamid Karzai. Centenas de civis morreram em ataques do Taleban no Afeganistão, mas também muitos foram mortos em operações dos EUA e da Otan na luta contra os insurgentes. A ONU aponta que mais de 2,1 mil civis morreram no país no ano passado e 1.523 em 2007.

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Falando ao lado do chefe da ONU em uma entrevista coletiva, Karzai lembrou que já reclamou publicamente das mortes de civis, a fim de pressionar as forças lideradas pelos EUA a mudarem suas táticas. Ban compartilhou a preocupação do presidente afegão, pedindo mais cooperação entre civis e militares no país e que as tropas estrangeiras garantam que não haverá mais civis mortos. Ele disse que tem havido no Afeganistão “muitos incidentes trágicos”.

A visita do secretário-geral da ONU coincide com uma mudança de foco na luta contra a militância no país, na administração do presidente norte-americano, Barack Obama. Ocorre também em um momento em que as tropas afegãs e estrangeiras tentam reverter as vitórias dos militantes do Taleban, que ganharam espaço nos últimos meses, após sofrerem derrotas sucessivas depois da invasão liderada pelos EUA, em 2001.

As mortes têm sido um ponto de discórdia entre Karzai e militares ocidentais. Ele pediu que as forças militares estrangeiras mostrem maior cuidado nas áreas civis e recentemente estabeleceu um cronograma de quatro semanas para que os EUA e a Otan respondam a sua demanda para que as forças locais tenham um papel maior nas operações militares.

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Ban disse que a visita demonstra a prioridade das Nações Unidas para seu trabalho no Afeganistão. A missão da ONU no país tem a tarefa de liderar os esforços civis da comunidade internacional junto aos afegãos. De acordo com um comunicado, Ban deve se encontrar com o comandante das tropas lideradas pela Otan e com outros funcionários afegãos e estrangeiros.